AGRIANUAL 2015 Apresentação Em anos de eleições, os empresários costumam fjcar apreensivos quanto às posições dos candidatos em relação ao segmento em que operam. Mas quem está no agronegócio não precisa ter grandes preocupações. O governo estará muito ocupado com uma infjni - dade de problemas, e não terá tempo para mexer na cadeia do agronegócio. O Brasil tornou-se um país muito mais complexo nos últimos 20 anos. A Economia cresceu e o País ganhou destaque em âmbito global. Internamente, grupos sociais tor - naram-se mais participantes e reivindicam mudanças. Os problemas se acumulam. Aos antigos que ainda não foram resolvidos, somam-se os novos, decorrentes da evolução da sociedade, sem contar os internacionais. São tempos difíceis em todo o mundo. A crise econômica estimulou antigos movimen - tos separatistas em várias partes da Europa. Na África, há epidemia de ebola e terrorismo. Na Ásia, guerra contra o autodenominado Estado Islâmico, que está apenas começando e ninguém imagina quando terá fjm. O Brasil poderá ser instado a entrar nessa briga de alguma forma, dada a crescente importância do país no cenário mundial. Com tantos problemas pela frente, difjcilmente um governante inteligente prejudi - caria o agronegócio, setor que tem garantido o crescimento do PIB e o sucesso de vários programas de governo, para dizer pouco. Se houver intenção de ajudar, porém, a leitura de alguns artigos desta edição do Agrianual pode ser muito útil. Um exemplo é a matéria “Conjuntura internacional reforça a importância estratégica da agricultura brasileira”, que discorre sobre o agronegócio brasileiro no exterior. Há tam - bém artigos sobre segmentos específjcos que merecem um olhar mais atento do governo, como batata, borracha, cana-de-açúcar e feijão, entre outros. Alguns elos da cadeia de produção, anteriores e posteriores à atividade agrícola, são igualmente dignos de uma atenção especial do novo governo. É o caso da pesquisa agropecuária, responsável pela tecnologia que criou nos cerrados um novo país agrícola. Verbas para as pesquisas não podem faltar, sobretudo quando já se começa a sentir o feito das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global. O armazenamento das colheitas é outro aspecto que merece estudos mais profundos. Mais armazéns nas regiões produtoras reduziriam a pressão sobre a infraestrutura de movimentação de cargas. Não diminuem a necessidade do transporte, mas permitem mi - norar as perdas dos agricultores enquanto as rodovias, ferrovias e hidrovias não existem ou não operam como deveriam. Armazéns são ainda mais estratégicos para o país em tempos de mudanças climáticas. O foco do Agrianual não é, contudo, o governo, e sim agricultores, técnicos, investido - res, empresários dos mais diversos segmentos, pesquisadores e professores. São esses os principais interessados nos artigos de especialistas, nos dados de custo de produção e nas séries históricas, sem falar do mercado de terras. Boa leitura e bons negócios. São Paulo, outubro de 2014. Informa Economics FNP www.informaecon-fnp.com
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